quarta-feira, 28 de março de 2012

Quem vai de bike?

Ultimamente tem havido várias campanhas no Brasil com o intuito de estimular as pessoas a deixarem seus veículo em casa e utilizar bicicletas para se locomover nos grandes centros urbanos. No entanto, esta iniciativa esbarra em inúmeras dificuldades, como por exemplo falta de ciclovias nas cidades, falta de respeito por parte dos motoristas aos ciclistas, falta de fiscalização do trânsito e sinalização adequada nas vias. Notícias recentes de ciclistas atropelados demonstram a intolerâncias de nossos cidadãos. Será que é tão difícil compartilhar nossas ruas com os ciclistas? Basta caminhar alguns minutos pelas ruas de São Paulo e constatará que vivemos em meio a uma guerra: carros apressados brigando por espaço com motos, ciclistas e pedestres. Até mesmo a pessoa mais paciente e evoluída do mundo, até o Dalai Lama perderia a paciência neste trânsito absurdo de São Paulo. As pessoas gastam horas preciosas de suas vidas presas num trânsito. Fácil é encontrar um motorista estressado pelas ruas. O resultado não é muito difícil de prever: acidentes e mortes. Infelizmente a nossa Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está mais para Companhia de Engarrafamento do Tráfego, pois em nada ajuda a melhorar o trânsito de nossa cidade... Multar os motoristas isto faz muito bem, agora fazer alguma campanha educativa, melhorar os semáforos da cidade que diariamente tem algum quebrado em algum ponto da cidade, melhorar as sinalizações das vias, colocar mais faixas de pedestres na cidade, para isso são muito ineficientes e burocráticos. Há cinco meses estou solicitando a CET a pintura de uma faixa de pedestres próximo ao meu trabalho e até agora nada, nem uma satisfação. Preferem deixar os pedestres se arriscarem... Risco, esta é a palavra certa! As pessoas correm risco para se locomover nas grandes capitais. Muito mais riscos correm os ciclistas, que não tem uma lataria de um carro para protegê-los mas sim para matá-los... A Prefeitura de São Paulo tem implantado ciclovias ao longo da cidade, o que já nos posiciona como uma das cidades com mais quilômetros de ciclovias. Porém, este número ainda é insuficiente visto que nossa cidade é muito grande. Além disso, as pessoas desrespeitam as ciclovias, motociclistas utilizam as ciclovias para cortar o trânsito. É difícil optar por uma vida mais saudável e concorrer a um espaço no trânsito. É difícil dar o primeiro passo para uma vida mais sustentável. Temos que escolher entre poluir mais e levar uma vida mais sedentária a se arriscar de bicicleta pela cidade e viver uma vida mais saudável. Fica claro que nossa população carece de um transporte público de qualidade que atenda a todos com dignidade além de políticas públicas a fim de dirimir o trânsito caótico diário. Quem vai assumir o risco e ir de bike?  

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