Depois de tanta polêmica finalmente o Supremo Tribunal Federal tomou sua
decisão a respeito da descriminalização do aborto para bebês anencéfalos.
A mobilização popular foi tamanha, houve twitaço, discussões no
facebook, fóruns na internet e opiniões divididas.
Acompanhei as matérias, li bastante e pensei muito à respeito.
No fundo já tinha uma opinião formada sobre o assunto, mas procurei ser
imparcial e analisar os dois lados em discussão: o da mulher e o bebê.
Confesso que a reflexão é difícil, é filosófica... À partir de quando
existe vida: na célula ou no feto? A mulher, como dona de seu próprio corpo, tem o direito de abortar?
Este caso independe de convicção religiosa, é uma questão de
consciência.
Veja este depoimento que interessante:
Deve ser difícil estar na pele de uma gestante que sabe que seu filho
nascerá com problemas de saúde e logo morrerá. Por outro lado me questiono, pois anencéfalo ou não,
não há como ter garantia de vida longa de filho nenhum. É como o ditado popular
explica: Basta estar vivo para morrer.
Na minha opinião esta mãe procura argumentos para justificar o aborto
que ela fez, parece que ela mesma está tentando se convencer de o que ela fez
foi correto...
Mas afinal, me pergunto o que é o correto?
Será que o aborto não é uma solução egoísta?
Será que o aborto não é uma solução egoísta?
Quanto tempo é necessário viver para ser inesquecível?
Esta pergunta não saiu mais da minha cabeça...
Chorei muito ao ver este depoimento.
Estas palavras me sensibilizaram...
Quando vi o rosto do meu filho pela primeira vez foi uma emoção tão
forte que à partir daqueles segundos ele se tornou inesquecível para mim...
Quanto tempo é preciso viver para ser inesquecível...
Quem somos nós para decidir pela vida de alguém?
Nem médicos competentes e especialistas para diagnosticar a anencefalia
o Brasil tem direito...
Leia a história da Vitória de Cristo e tome suas conclusões:
A mãe da Vitória teve o diagnóstico de acrania durante a gravidez, o que poderia
resultar ao bebê uma possível anencefalia, já que o cérebro do bebê não tinha
crânio e poderia ser danificado pelo líquido amniótico. O casal decidiu mesmo
assim levar a gravidez adiante e nasceu a Vitória de Cristo.
Mesmo sem expectativa nenhuma de vida de acordo com a medicina, esta
criança vive, a pequena Vitória está com dois anos.
Ela reage ao carinho e estímulos dos pais, engatinha, sorri, vive do
modo dela, dentro das limitações dela:
Acho linda a história deste casal e fico impressionada com a fé e a
perseverança deles. Por causa de exemplos assim acredito que Deus dá a cruz
para cada um de nós do tamanho certo que podemos carregar, nada é à toa.
Uma vez um padre amigo nosso disse que o que nos aproxima de Deus é a
capacidade de gerar. E Deus nos deu este dom por acreditar que podemos cuidar
de seus filhos. Deus dá um filho para um casal amar e cuidar.
Sempre fui à favor da vida, seja em qualquer situação.
Não quero julgar ninguém, cada um tem o direito de ter sua opinião e
expressá-la livremente.
Somente compartilho o que acredito...
Com a decisão do STF, cabe ao casal decidir, livre de qualquer
penalidade.
Gostaria de enfatizar que hoje a sociedade decidiu pela vida de bebês
anencéfalos... No futuro poderemos estar decidindo pela vida de
deficientes e até crianças saudáveis...
Será que este é o caminho?
E se sua mãe tivesse abortado você?
Defendo à vida, seja ela como for...