quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Camisinha

Achei esta outra reportagem muito legal também, uma ótima reflexão.
A matéria é de Luiz Felipe Pondé, colunista do jornal Folha de São Paulo, do dia 25 de novembro de 2010.

"Debate sobre camisinha é barulho por nada.

Sempre me espanta o fato que se dá tanta atenção ao que o papa diz. Não porque ele não seja uma figura importante (no caso de Bento 16, também um teólogo importante), mas porque muita gente que faz barulho com o que fala não se diz católica.
Afinal, porque tanta atenção? Talvez haja aí algo que a psicanálise possa responder: trauma com o pai? Ser contra a "camisinha" invibializa sua distribuição no mundo? Custo a crer que a fala da Igreja diminua em uma dezena sequer o número de camisinhas acessíveis. Acho muito barulho por nada.
A Igreja Católica é uma Instituição antiga e sábia. Gente mal informada pensa o contrário. Esteve em muitas trincheiras ao longo de 2.000 anos, salvou gente, matou gente. Espírito e corpo, como todos nós. Teve e tem um papel civilizador essencial.
Acho um erro quem considera possível descartar a posição da Igreja para com "hábitos sexuais contemporâneos" de forma ligeira como se fora simples "atraso".
Frases como "o mundo avançou muito" são normalmente indício de superficialidade analítica. Homens e mulheres continuam atolados nos mesmos dramas de amor, ódio, sexo e morte.
O foco da igreja deve ser a humanização da sexualidade, o que significa basicamente que sexo é barato e amor é caro, o primeiro sem o segundo sempre corre o risco de ser degradante.
Neste sentido, o uso da camisinha é apenas paliativo no combate a comportamentos sexuais promíscuos que aprofundam a contaminação com doenças sexualmente transmissíveis (DST).
A melhor forma (todo mundo sabe) de combater a DST é a mudança de comportamento sexual (tornar o sexo "mais caro" ao afeto).
Ma isso ninguém quer pensar porque é "feio" dizer que a "vida como balada" é uma beco sem saída. Mas é exatamente aí que a igreja destoa e por isso se torna essencial, para além das crenças de cada um.
O pecado da Igreja Católica nesses assuntos é "elevar" demais o nível do debate, saindo do senso comum que é simplesmente achar que sexo se resolve "lavando o corpo com água".
A igreja condena o pecado, mas não o pecador. Aceitar o uso da camisinha em casos de prostituição pode ser apenas uma forma de "misericórdia" pelo coitado sexual que "vende" seu corpo como escravo."

Muito se fala da Igreja Católica, mas ninguém entende que ela defende o amor e a família. Nunca a igreja fará apologia a camisinha, pois ela defende o sexo com uma única pessoa, ou seja, o seu amado marido ou esposa. Para que ficar pulando de galho em galho? 
A igreja defende a fidelidade ao amor, a fidelidade à família.
O grande problema é que nossa sociedade perdeu seus valores e o que vale hoje é uma vida vazia, onde jovens transam com qualquer um, sem amor, sem compromisso, sem responsabilidade.
Amor? Para eles isso não existe mais, é história de conto de fadas. Fidelidade?Isto também não existe mais, todo mundo trai. Família? Isso também não existe, meus pais são separados... Este é o pensamento da nova geração.
E como podem cobrar da Igreja Católica a defesa da camisinha, se isto está aliado a todos estes fatos? 
Se as pessoas entendessem um pouquinho da doutrina e fé católica não fariam tanto barulho por isso.
A posição da igreja está correta. E como uma mulher casada, católica, testemunho que não há felicidade maior na vida do que viver o casamento e a familia. A vida de baladas é uma vida vazia, de felicidade momentânea. A vida de quem ama é uma vida completa, cheia de felicidade. Para que vou querer outra pessoa se sou feliz com meu marido? 
Vivemos uma cultura do imediatismo. Queremos tudo a todo momento. E as pessoas buscam realizar todos os seus desejos a qualquer custo. O resultado é decepção, infelicidade, drogas, violência, uma vida vazia de buscas incessantes.
Não é isso que a igreja católica prega. 
Por isso acho interessante a opinião do jornalista acima: "Que a vida como balada é um beco sem saída". Concordo. E acho que nosso comportamento que tem que mudar e não a filosofia da Igreja.
Se não mudarmos, continuaremos a caminhar para o abismo de uma sociedade infeliz, cheia de gente vazia.

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